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domingo, fevereiro 18, 2007
terça-feira, fevereiro 13, 2007
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deixo poemas ou cartas de amor
ternura
poema de David Mourão-Ferreira
Desvio dos teus ombros o lençol,
que é feito de ternura amarrotada,
da frescura que vem depois do sol,
quando depois do sol não vem mais nada...
Olho a roupa no chão: que tempestade!
Há restos de ternura pelo meio,
como vultos perdidos na cidade
onde uma tempestade sobreveio...
Começas a vestir-te, lentamente,
e é ternura também que vou vestindo,
para enfrentar lá fora aquela gente
que da nossa ternura anda sorrindo...
Mas ninguém sonha a pressa com que nós
a despimos assim que estamos sós!
Desvio dos teus ombros o lençol,
que é feito de ternura amarrotada,
da frescura que vem depois do sol,
quando depois do sol não vem mais nada...
Olho a roupa no chão: que tempestade!
Há restos de ternura pelo meio,
como vultos perdidos na cidade
onde uma tempestade sobreveio...
Começas a vestir-te, lentamente,
e é ternura também que vou vestindo,
para enfrentar lá fora aquela gente
que da nossa ternura anda sorrindo...
Mas ninguém sonha a pressa com que nós
a despimos assim que estamos sós!
teia
poema de David Mourão-Ferreira
Se da baba o insecto faz a teia,
se com choro porém não sei prender-te,
do céu, que era de cinza, direi verde,
e da terra e das lágrimas areia.
E da forma direi que foi ideia,
para que à noite o corpo não desperte.
Do perdido direi que não se perde
se ao menos nestes versos se encadeia.
Do cabelo, se louro, direi preto;
do amor que sofri direi soneto,
ante a luz tão corpórea que o invade...
Nas redes da ficção ficarás presa
e acordarás, mais tarde, na surpresa
de ser outra por toda a eternidade.
Se da baba o insecto faz a teia,
se com choro porém não sei prender-te,
do céu, que era de cinza, direi verde,
e da terra e das lágrimas areia.
E da forma direi que foi ideia,
para que à noite o corpo não desperte.
Do perdido direi que não se perde
se ao menos nestes versos se encadeia.
Do cabelo, se louro, direi preto;
do amor que sofri direi soneto,
ante a luz tão corpórea que o invade...
Nas redes da ficção ficarás presa
e acordarás, mais tarde, na surpresa
de ser outra por toda a eternidade.
excerto dos Lusíadas
poema de Luís de Camões
Tu, só tu, puro Amor, com força crua,
Que os corações tanto obriga
Deste causa à molesta(1) morte sua,
Como se fora pérfida (2) inimiga.
Se dizem, fero (3) Amor,que a sede tua
Nem com lágrimas tristes se mitiga(4)
É porque queres, áspero e tirano,
Tuas aras (5) banhar em sangue humano.
(1) preversa
(2) traiçoeira
(3) cruel
(4) alivia
(5) altares
Tu, só tu, puro Amor, com força crua,
Que os corações tanto obriga
Deste causa à molesta(1) morte sua,
Como se fora pérfida (2) inimiga.
Se dizem, fero (3) Amor,que a sede tua
Nem com lágrimas tristes se mitiga(4)
É porque queres, áspero e tirano,
Tuas aras (5) banhar em sangue humano.
(1) preversa
(2) traiçoeira
(3) cruel
(4) alivia
(5) altares
amar
poema de Florbela Espanca
Eu quero amar, amar perdidamente!
Amar só por amar: Aqui...além
Mais Este e Aquele, o Outro e toda a gente...
Amar! Amar! E não amar ninguém!
Recordar? Esquecer? Indiferente!...
Prender ou desprender? É mal? É bem?
Quem disse que se pode amar alguém
Durante a vida inteira é porque mente!
Há uma Primavera em cada vida:
É preciso cantá-la assim florida,
Pois se Deus nos deu voz, foi p'ra cantar!
E se um dia hei-de ser pó, cinza e nada
Que seja a minha noite uma alvorada,
Que me saiba perder...p'ra me encontrar...
Eu quero amar, amar perdidamente!
Amar só por amar: Aqui...além
Mais Este e Aquele, o Outro e toda a gente...
Amar! Amar! E não amar ninguém!
Recordar? Esquecer? Indiferente!...
Prender ou desprender? É mal? É bem?
Quem disse que se pode amar alguém
Durante a vida inteira é porque mente!
Há uma Primavera em cada vida:
É preciso cantá-la assim florida,
Pois se Deus nos deu voz, foi p'ra cantar!
E se um dia hei-de ser pó, cinza e nada
Que seja a minha noite uma alvorada,
Que me saiba perder...p'ra me encontrar...
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